Destaques 10 anos Proqualis: Eventos Adversos

Autor institucional: 
Proqualis

Coletânea traz os principais conteúdos sobre o tema publicados no nosso portal ao longo de uma década

A Segurança do Paciente ganhou destaque no cenário global com a publicação, em 2000, do relatório ‘Errar é humano’, do Instituto de Medicina dos Estados Unidos, que constatou que os erros relacionados à assistência à saúde são a terceira causa de mortalidade mais frequente nos EUA, e tornou-se um importante desafio de saúde pública em diferentes países. Em 2004, a Organização Mundial de Saúde (OMS) criou a Aliança Mundial para a Segurança do Paciente e, em 2009, lançou a taxonomia referente à temática com termos e conceitos-chave, como erro, incidente, circunstância notificável, near miss, incidente sem dano e incidente com dano.

De acordo com a OMS (2009), o erro é uma falha em executar um plano de ação como pretendido ou a aplicação de um plano incorreto, sendo considerado não intencional; e o incidente é o evento ou circunstância que poderia ter resultado ou resultou em dano desnecessário ao paciente. Erros e incidentes podem resultar em: circunstâncias notificáveis – incidente que possui potencial significativo para o dano, mas que não ocorreu; near miss – incidente que não atingiu o paciente; incidente sem dano – incidente que atingiu o paciente, mas não causou dano; e incidente com dano – incidente que resulta em dano ao paciente, ou seja, em um evento adverso (EA).

Segundo essa classificação (OMS, 2009), a ocorrência de um EA adquire um caráter de evitabilidade, diferentemente da nomenclatura apresentada em 1984 pelo clássico estudo da Universidade Harvard, segundo o qual evento adverso é uma lesão causada pelo cuidado de saúde, que levou a um aumento do tempo de internação ou produziu incapacidade no momento da alta, ou ambos. 

Desde 1970, foram realizados diversos estudos que visavam identificar a magnitude dos EAs. Após a publicação do estudo de Harvard em 1984, baseado na metodologia da revisão retrospectiva de prontuários, outros estudos foram publicados, tendo como base esse método de investigação. Países como Austrália, Nova Zelândia, Inglaterra, Canadá, Dinamarca, França, Brasil, Suécia, Espanha, Tunísia, Holanda, Itália, Portugal, Bélgica e Irlanda publicaram estudos com esse tipo de metodologia científica para a detecção de EAs. A mensuração e o consequente desenvolvimento e aplicação de soluções para mitigar e evitar os EAs constituem a base para a detecção de problemas relacionados aos cuidados de saúde, possibilitando a promoção de estratégias e melhorias para a Qualidade do Cuidado e a Segurança do Paciente.

Nos 10 anos de existência do Proqualis, diversos conteúdos sobre essa temática foram sendo disponibilizados. Destacamos em seguida alguns dos conteúdos mais relevantes publicados na página de Eventos Adversos:

1) Aula ‘Eventos Adversos: Aspectos Introdutórios’ (Sousa, P.; Mendes, W.; Pavão, A. L.; Rodrigues, V.)

2) Estatísticas de eventos adversos pelo mundo 

3) A lei como uma barreira à comunicação sobre a ocorrência de erros: um foco equivocado? (McLennan, S.)

4) Incidência de eventos adversos intra-hospitalares no Estado do Rio de Janeiro, Brasil: avaliação do histórico médico do paciente (B. Pavão, A. L.; Andrade, D.; Mendes, W.; Martins, M.; Travassos, C.)

5) Informando a ocorrência de eventos adversos aos pacientes: normas e tendências internacionais (Wu, A.W.; Mccay, L.; Levinson, W.; Iedema, R.; Wallace, G.; Boyle, D.J.; Mcdonald, T.B.)

6) Uma abordagem sistêmica para análise e prevenção de eventos adversos em hospitais (Leveson, N.; Samost, A.; Dekker, S.; Finkelstein, S.; Raman, J.)

7) O próximo desafio organizacional: identificar e lidar com o erro diagnóstico (Graber, M. L.; Trowbridge, R.; Myers, J. S.; Umscheid, C. A.; Strull, W.; Kanter, M. H.)

8) Medição da segurança do paciente: uma revisão sistemática da confiabilidade e validade da detecção de eventos adversos pela revisão de prontuários (Hanskamp-Sebregts, M.; Zegers, M.; Vincent, C.; Van Gurp, P. J.; De Vet, H. C.; Wollersheim, H.)

9) Relatório ‘Ferramenta de rastreamento global: uma revisão das evidências (edição de 2016)’ (Health Quality & Safety Commission)

10) Medição de eventos adversos e níveis de dano em pacientes pediátricos internados com a utilização da Ferramenta de Rastreamento Global (Kirkendall, E. S.; Kloppenborg, E.; Papp, J.; White, D.; Frese, C.; Hacker, D.; Schoettker, P. J.)